Quando os professores se deparam com um aluno com
Dificuldade de Aprendizagem muitas questões lhe vem à cabeça.
O que fazer?
Como agir?
Onde está a dificuldade dele?
Que orientação dar aos pais?
Sou responsável por isso?
Qual programa educacional mais adequado?
O papel do professor no processo de aprendizagem é
imprescindível, suas atitudes, concepções e intervenções, serão fatores
determinantes no sucesso ou fracasso escolar de seus alunos.
Ao professor cabe suspeitar do diagnóstico, orientar os pais
sobre as avaliações profissionais necessárias, seguida da intervenção adequada.
Os professores no seu contato do dia a dia com os alunos são
capazes de perceber quais estão apresentando dificuldades na aprendizagem.
Profissionais atualizados e informados sobre as Dificuldades de Aprendizagem
conseguem mais facilmente perceber esse problema. Muitas vezes o problema se
manifesta de forma mais evidente nas séries mais adiantadas, mas alguns sinais
de alerta podem ser percebidos já nos primeiros anos escolares.
Após uma avaliação profissional especializada os pais e
professores são informados sobre os problemas detectados e quais as
intervenções necessárias para o aluno superar suas dificuldades.
Muitos pais e professores se perguntam sobre qual seria um
programa educacional efetivo. Na verdade o programa educacional deve cobrir as
dificuldades de cada aluno individualmente, por isso que se torna importante um
programa de ensino que ofereça diversas formas de aprendizagem de um mesmo
tema. É importante que o programa ensine e reforce as habilidades básicas que
são importantes para uma evolução escolar dos alunos. Sem elas as crianças
apresentarão dificuldades para acompanhar a turma nas séries seguintes. As
habilidades básicas são a escrita, a leitura, o raciocínio matemático e solução
de cálculos aritméticos. Este tipo de apoio pode ser fornecido individualmente
ou em pequenos grupos. A aquisição dessas habilidades básicas deve ser o
objetivo principal nos primeiros estágios da educação especial independente do
material usado para esse fim.
Alguns alunos não conseguirão aprender certas habilidades
básicas apesar de todos esforços, mas algum ganho que tenham nessa área já é
importante. Para essas crianças o programa deve ensinar meios de contornar suas
dificuldades, obter informações de diferentes formas para que atinjam os seus
objetivos pessoais. A escolha das atividades deve ser guiada pela capacidade
intelectual e não pelo nível das habilidades básicas, pois alunos com nível de
leitura baixo pode obter sucesso em aulas de história mais avançadas se receber
apoio e adaptações apropriadas.
É importante que o programa permita o aluno acompanhar o
conteúdo da classe. Muitas vezes os alunos não conseguem acompanhar o conteúdo,
pois eles são dados de forma muito acelerada ou apresentam uma dificuldade
acima da capacidade do aluno. Para evitar isso as tarefas devem ser adaptadas
para as dificuldades de cada um, por exemplo se um aluno tem dificuldade na
escrita pode ser autorizado a pegar as anotações dos colegas ou receber o material
impresso, as provas podem ser feitas de forma oral ou com questões de múltipla
escolha. As tarefas devem ser adaptadas para possibilidades individuais e os
conteúdos apresentados de forma mais lenta com explicações mais detalhadas de
como desenvolve-la. Mesmo com habilidades compensatórias desenvolvidas os pais
e professores não devem deixar de incentivar e ensinar os alunos as habilidades
básicas.
O programa também deve ensinar estratégias para o
desenvolvimento de habilidades metacognitivas. As habilidades de organização do
tempo, hábitos de estudos efetivos, memória, solução de problemas e autodefesa
são muito importantes serem desenvolvidas até entrada no ensino médio, pois é a
etapa que se tornam mais importantes para sucesso escolar.
A autodefesa é a capacidade do aluno de se virar sozinho,
tomar a inciativa, saber seus pontos fracos e pedir ajuda quando necessário.
Uma proteção muito grande por parte dos pais e professores pode inibir o
desenvolvimento da autodefesa e levar a criança a usar suas dificuldades para
não realizar e terminar suas tarefas. Isso não deve ser negligenciado pelos
pais e professores. Os alunos tem que desenvolver a determinação para
reconhecer seus objetivos e obstáculos e ir em busca do que quer. Isto se torna
extremamente importante na transição da escola para a faculdade ou o trabalho.
A Determinação e autodefesa devem ser estimuladas pelos pais e professores.
Os programas devem auxiliar os alunos com seus
comportamentos problemáticos como por exemplo a ansiedade, dificuldade de
atenção e impulsividade. A forma mais eficiente de alterar esses comportamentos
é o reforço positivo no qual as atitudes corretas são recompensadas com elogios
e atitudes positivas. As punições e castigos não tem efeito em longo prazo.
Esta atitude deve ser realizada pelos pais e professores.
Os objetivos dos programas educacionais devem ser realistas
diante dos estágios de aprendizagem que o aluno se encontra e suas possíveis
aquisições em cada estágio. O programa também deve especificar as formas como
os objetivos definidos serão buscados.
Embora alguns alunos apresentem múltiplos problemas a sua
abordagem nem sempre deve ser realizada todos juntos. Uma criança com
dificuldades de aprendizagem que está deprimida pode ser primeiramente tratada
para que tenha novamente vontade de aprender para depois abordar os problemas
específicos.