O fonoaudiólogo é um profissional de
Saúde e Educação, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua de forma
autônoma e independente nos setores público e privado. É responsável pela
promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia
(habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos da
função auditiva periférica e central, da função vestibular, da linguagem oral e
escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas mio
funcional, orofacial, cervical e de deglutição. Exerce também atividades de
ensino, pesquisa e administrativas.
Onde o fonoaudiólogo atua?
O fonoaudiólogo é atuante em unidades
básicas de saúde, ambulatórios de especialidades, hospitais e maternidades,
consultórios, clínicas, home care, domicílios, asilos e casas de saúde, creches
e berçários,
- escolas regulares e especiais,
instituições de ensino superior, empresas,
- veículos de comunicação (rádio, TV e
teatro) e associações.
Quais as especialidades da Fonoaudiologia?
Cinco especialidades são hoje
reconhecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia:
Audiologia. Por meio da audição é que se
adquire, normalmente, a comunicação oral. Doenças na gestação, infecções de
ouvido, uso indiscriminado de medicamentos, exposição a ruídos intensos e
outros podem causar alterações auditivas, comprometendo a comunicação e a
qualidade de vida do indivíduo.
Linguagem. É a especialidade que
trabalha com os aspectos que envolvem a comunicação oral e escrita. O seu
desenvolvimento dá-se desde a infância até a idade adulta. Pessoas com
problemas de comunicação (expressão e compreensão) podem ter dificuldades na
sua integração social e profissional.
Motricidade. Nesta
especialidade, o fonoaudiólogo habilita/reabilita funções relacionadas a
respiração, sucção, mastigação, deglutição, expressão facial e articulação da
fala, propiciando melhores condições de vida e de comunicação.
Saúde Coletiva. É um campo da
Fonoaudiologia voltado a construir estratégias de planejamento e gestão em
saúde, no campo fonoaudiológico, com vistas a intervir nas políticas públicas,
bem como atuar na atenção à saúde, nas esferas de promoção, prevenção, educação
e intervenção, a partir do diagnóstico de grupos populacionais.
Voz. Representa a identidade do
indivíduo, pois expressa seus sentimentos. É produzida pelas pregas vocais e
quando estas não funcionam adequadamente, a voz é alterada, podendo ficar
rouca, abafada, soprosa, comprometendo o trabalho e a vida pessoal. O
fonoaudiólogo previne, avalia e trata os problemas da voz falada (disfonias),
cantada (disonias) e ainda aperfeiçoa os padrões vocais.
Qual é a origem da profissão?
A Fonoaudiologia é uma ciência
estudada de forma sistemática nas universidades em mais de uma centena de
países do mundo e existe formalmente há mais de um século. A primeira
referência formal é de 1900, quando a Hungria reconheceu a profissão e criou a
primeira faculdade de Fonoaudiologia no mundo.
No Brasil, sua história é ainda mais
antiga, se considerada a sua associação com a da Educação Especial. A
primeira marca identificatória da profissão é da época do Império, com a
criação, em 1854, do Imperial Colégio, voltado para meninos cegos (hoje,
Instituto Benjamim Constant), seguido, no ano seguinte, com a criação do
Colégio Nacional, destinado ao ensino dos deficientes auditivos. Em 1912,
documentos comprovavam que a Fonoaudiologia já se diferenciava da educação
especial, com o início de pesquisas específicas, relacionadas aos distúrbios da
voz e da fala, e com a implantação de cursos de orientação a professores.
Quando foi regulamentada no Brasil?
Desde a década de 30 já se detectava a
idealização da profissão de Fonoaudiólogo, oriunda da preocupação com a
profilaxia e a correção de erros de linguagem apresentados pelos escolares.
Três décadas se passaram até que se
desse início ao ensino da Fonoaudiologia no país. Isto ocorreu na década de 60,
com a criação dos cursos da Universidade de São Paulo (1961), vinculado à
Clínica de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina, e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1962), ligado ao
Instituto de Psicologia. Ambos ainda estavam voltados à graduação de tecnólogos
em Fonoaudiologia.
Nos anos 70, tiveram início os movimentos pelo reconhecimento dos cursos e da
profissão. Foram criados, então, os cursos em nível de bacharelado. O da
Universidade de São Paulo foi o primeiro a ter seu funcionamento autorizado, em
1977. Hoje são 31 os cursos reconhecidos no país.
Sancionada em 9 de dezembro de 1981,
pelo então presidente João Figueiredo, a Lei n° 6965, que regulamentou a
profissão de Fonoaudiólogo, veio ao encontro dos sonhos de uma categoria
profissional, que ansiava ser reconhecida. Além de determinar a competência do
Fonoaudiólogo, com a lei foram criados os Conselhos Federal e Regionais de
Fonoaudiologia (hoje os Regionais são em número de sete; o da 2ª. Região possui
jurisdição sobre o Estado de S.Paulo), tendo como principais finalidades a
fiscalização e orientação do exercício profissional. As atividades dos
Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia tiveram início efetivo em 1983.
Em 15 de setembro de 1984 foi aprovado
o primeiro Código de Ética da profissão, que elencava os direitos, deveres e
responsabilidades do Fonoaudiólogo, inerentes às diversas relações
estabelecidas em função de sua atividade profissional. Este texto foi revisado
em 1995, em decorrência do crescimento da profissão, da ampliação do mercado de
trabalho do fonoaudiólogo e da maior conscientização da categoria.
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